Mulheres que brilham na Arquitetura e Urbanismo
Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, decidimos homenagear mulheres ligadas a nossa área de atuação. Para isso, fomos entender o papel delas na Arquitetura e Urbanismo. E foi surpreendente descobrimos que as mulheres reinam absolutas nessa área.
Segundo pesquisa do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, temos 167.060 profissionais ativas e registradas no órgão, sendo a maioria 105.420 (63,10%) mulheres, enquanto apenas 61.640 (36,90%) são homens. O mais interessante é que os números mostram que elas provavelmente continuarão absolutas na área pelos próximos anos, uma vez que 67% da cifra de estudantes nos cursos desse mercado são mulheres.
Ainda de acordo com o estudo, na faixa etária de até 25 anos, o sexo feminino representa 79% do total de arquitetos e urbanistas. Confira abaixo a pirâmide com as faixas etária da área. Fonte: SICCAU
A sensibilidade feminina e a arquitetura
Para evidenciar ainda mais o papel fundamental das mulheres e o empoderamento feminino na Arquitetura e Urbanismo, foram anunciadas recentemente que as grandes vencedoras de 2020 do Pritzker Architecture Prize, considerado o Prêmio Nobel de Arquitetura, foram Yvonne Farrell e Shelley McNamara, fundadoras do escritório Grafton Architects.
Em 41 anos de premiações, a dupla é apenas a quarta nomeação inteiramente feminina. O objetivo do prêmio é homenagear um profissional vivo cujos trabalhos combinem talento, visão e comprometimento, além de contribuir de forma consistente com a humanidade por meio da arte e da arquitetura.
Aqui no Brasil o trabalho da arquiteta Andrea Bazarian Vosgueritchian, sócia do Estúdio Tupi, tem se destacado na área devido ao seu profundo conhecimento técnico, senso estético singular e atuação vanguardista.
Bazarian tem 42 anos, origem armênia, é casada e mãe de uma linda garotinha. Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela USP, finalista do Prêmio da X Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo e graduada pela FAU Mackenzie, além de ter concluído a especialização em Conforto Ambiental e Eficiência Energética e o mestrado em Tecnologia da Arquitetura, ambos pela FAU-USP.
Andrea conta com quase 20 anos de experiência, dos quais sete em organizações internacionais. Acha pouco? Ela também leciona na FAAP e na Escola da Cidade. Por todas essas referência, fica fácil deduzir que ela é uma apaixonada por arquitetura. “Eu sempre gostei de desenhar, de imaginar. Eu olhava um lugar e tinha ideias de como deixá-lo melhor, sempre tive essa percepção de espaço”, relata Andrea.
Claro que a influência do pai engenheiro contou para que Andrea vivenciasse a rotina de obras, o que talvez tenha aguçado sua vocação natural. “Essa coisa de ter um sonho, uma imagem, a visão do que seria um espaço com outras qualidades, ou seja, de transformar esse espaço numa realidade física, é algo que me dá bastante realização”, comenta a arquiteta. “É um exercício constante entre o sonho e a realidade”, complementa.
A paulistana vive uma rotina intensa entre as aulas nas duas universidades, as diversas atribuições como mãe, esposa e como sócia do Estúdio Tupi. “Muitas vezes acordo às 5h30 da manhã, organizo a rotina da casa e da minha filha, dou aulas, vou para o escritório distribuir as tarefas da equipe e já durante à noite ainda vou para a obra acompanhar para ver se tudo que está no projeto está sendo executado”, detalha Andrea.
Engana-se quem pensa que ela considera tudo isso um fardo. “Entendo que os muitos problemas diários não devem servir como barreiras ou para interromper minha trajetória. A psicologia da coragem me ajuda e minha própria origem armênia me faz ser mais paciente, perseverante e resiliente”, diz.
Entre tantas proezas já realizadas por Andrea e pelo time do Estúdio Tupi, que é reconhecido por ser criativo e por entregar soluções contextualizadas e inovadoras, pode-se salientar os projetos desenvolvidos para NK Store, Uniflex Cidade Jardim, Joalheria Ara Vartanian e para o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho (Belo Horizonte), que é considerado o maior museu a céu aberto do mundo e um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea.
“Pensamos numa organização do parque como um todo, inserindo novas intervenções artísticas, visão teórica de como os espaços poderiam ser ocupados. Para conquistarmos nosso objetivo, montamos uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, historiadores, arquitetos e profissionais de diferentes áreas para agregar uma visão de futuro, de um espaço museológico aberto”, explica Andrea.
Neste Dia Internacional da Mulher, a Proprietário Direto homenageia todas as mulheres por meio de Andrea, a representação perfeita da versatilidade e da sensibilidade femininas na Arquitetura e Urbanismo.